Sabores genuínos a Norte... (1ª paragem)

No último fim de semana foi-me proporcionada uma viagem de sabores que se estendeu entre o Porto e Aveiro. Uma região sobre a qual a minha ânsia de viajante  não tinha perscrutado convenientemente.

O Norte, o Sul,  uma dicotomia que se entende na perfeição pelo simples olhar em nosso redor. As pessoas, as cores, a dureza do granito e os sabores....sem dúvida os sabores!

Comecei a jornada no Porto  com a inevitável e famosa  francesinha. Numa pequena  tasca com um nome delicioso "Carocha", situada numa rua perdida no centro da cidade, cuja aparência não podia ser mais comum a tantas outras espalhadas por esse pais adentro e afora, é-me servido o célebre pitéu que se diz inventado por um regressado imigrante francês que transformou um “simples” "croque-monsieur" em algo com mais alma, a transbordar de vida e de substância como as gentes desta cidade...invicta.

A que saboreei faz jus a  essa descrição. Altíssima, carregada de carnes nas suas mais variadas confecções desde bife, fiambre, mortandela, linguiça...e queijo, muito queijo derretido. Tudo regado com um delicioso molho. Tentei puxar de um certo charme e utilizar  garbosas palavras junto do "chef" das francesinhas para saber como era feito . Mas o segredo...o bendito segredo que dá a áurea misteriosa e pomposa à humilde tasca ficou para sempre guardado com os deuses numa frase que tudo resume " Ó menina é segredo da casa, carago, já biu que assim bem cá sempre e se lho desse já num binha...!"

E pronto, reduzi-me à minha insignificância e continuei avidamente a comer a francesinha  acompanhada de um generoso prato de batatas fritas que ia molhando no tal molho enigmático, lentamente sem querer vislumbrar o fim...

Algumas receitas em:

http://www.alunos.dcc.fc.up.pt/~c0007056/francesinhas/receitas/receitas.html